terça-feira, 6 de janeiro de 2009

MORTE SOLITÁRIA



UMA EXPRESSÃO TRISTE NO ROSTO
UM BRILHO NEGRO NO OLHAR
UMA PELE FRIA
REFLETINDO O BRILHO DO LUAR
DORMINDO EM UM LUGAR ESCURO
SEM PODER ACORDAR

NESSE DIA MELANCÓLICO
EU VEJO O ABANDONO
NENHUMA LÁGRIMA CAIU SOBRE ELE
NENHUMA ALMA ENTROU EM DESESPERO
NENHUMA MOSKA REPOUSA EM SEU TÚMULO.


CAMINHANDO PARA O FIM

E COM O OLHAR EXAUSTIVO DA CRIANÇA
DEIXA-SE A LEMBRANÇA E O SORRISO PARA TRÁS

APENAS LÁGRIMAS LHE RESTAM
MORREM AS PESSOAS E AS FLORESTAS
POR ONDE UM DIA VOCÊ PASSOU

RESTARÁ APENAS UM OLHAR CANSADO
OLHANDO CORPOS DESPEDAÇADOS
E O HOMEM DESTRUINDO O MUNDO

CANSADA DA MESMISSE DOS ÚLTIMOS TEMPOS
AS VEZES CHORO, AS VEZES PENSO
QUE NÃO TENHO MAIS NADA AQUI NESSE MUNDO.

FERA DA MEIA NOITE


FERA

 
QUANDO ANDAVA ENTRE O PÂNTANO
ATRAVÉS DA NEBLINA
AVISTEI BEM NO TOPO DA COLINA
UMA FERA UIVANDO PRA LUA


ACORRENTADA PELA TRISTEZA
VIVENDO UMA MALDIÇÃO
QUANDO O SINO DA MEIA NOITE TOCA
TRANSFORMA-SE O SEU CORPO
E O SEU CORAÇÃO

COM GARRAS AFIADAS
QUEBRANDO GALHOS
E MARCANDO O CHÃO
ESSA É A FERA SOLITÁRIA
QUE A MEIA NOITE
VIVE UMA MALDIÇÃO.